sábado, 14 de março de 2009

Serra e Aécio juntos no Recife

Depois de meses de debate sobre a necessidade de prévias para a escolha do candidato do partido à sucessão do presidente Lula, os presidenciáveis do PSDB Aécio Neves e José Serra farão, segunda-feira, no Recife, uma aparição conjunta. A idéia é mostrar que - embora ambos desejem a indicação em 2010 - não há perspectiva de racha na legenda. Pelo contrário, o clima seria de unidade.

Em princípio, estava prevista a visita apenas do governador mineiro. Aécio teria uma agenda de várias reuniões com parlamentares, prefeitos e lideranças tucanas de Pernambuco, a partir do meio dia, além de participar, à noite, do lançamento do livro de memórias do ex-ministro da Justiça de Sarney, Fernando Lyra, um dos principais articuladores da candidatura do seu avô, Tancredo Neves, à Presidência da República, no Colégio Eleitoral de 1985.

Com as mudanças, definidas ontem à tarde pelo presidente nacional do PSDB, o senador pernambucano Sérgio Guerra, o governador de São Paulo incorpora-se à programação. Mas os dois presidenciáveis só chegarão ao Recife às 18h, indo direto para o lançamento do livro de Fernando Lyra. Depois, participam ambos de uma reunião ampliada do partido - com deputados federais, estaduais, prefeitos, vereadores e lideranças tucanas - e seguem para um jantar na casa de Sérgio Guerra, para o qual também foram convidados os líderes do PMDB e DEM, partidos que, junto com o PSDB, formaram em Pernambuco a antiga aliança jarbista.

Como Jarbas, Marco Maciel, Mendonça Filho e tantos outros antigos aliados estarão no jantar, o evento significará um impulso a mais nas articulações já iniciadas para reconstruir a aliança no Estado e enfrentar o projeto de reeleição do governador Eduardo Campos (PSB) no próximo ano.

A tentativa de juntar Aécio e Serra e demonstrar unidade no partido é louvável. Mas para observadores mais atentos, fica claro que o que os tucanos pretendem, mesmo, é mostrar força diante do crescimento da candidatura rival, da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidenciável do PT, que vem passeando pelo País em busca de respaldo ao seu nome. E com o aval de Lula.

Colocando Serra e Aécio juntos, o PSDB ganha corpo. Mas assim que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir as regras, o partido deve mesmo partir rumo às prévias, e a rivalidade entre os dois governadores voltará à tona. Enquanto isso, porém, tudo são flores no tucanato.

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