terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quem precisa de terapia?















Final de mandato, para muitos políticos, costuma representar um alívio. Mas para o presidente Lula, a expectativa de passar a faixa adiante parece estar se transformando num elemento de desequilíbrio profundo. Só isso poderia explicar o destempero e o comportamento bipolar a cada aparição pública.


Hoje cedo, no Maranhão, Lula voltou a protagonizar cenas no mínimo indignas do cargo. Questionado por um jornalista se seria grato pelo apoio que recebeu da "oligarquia dos Sarney" ao longo do seu governo, o presidente descompensou: além de classificar a pergunta de "preconceituosa", ainda mandou o repórter "se tratar, fazer psicanálise".

Na realidade, é o presidente quem parece estar sofrendo de algum transtorno psíquico. Amnésia, para dizer o mínimo. De que outra maneira ele poderia justificar a veemente defesa que faz agora dos Sarney, depois de tantas denúncias e escândalos envolvendo todo o clã?

Lula parece ter esquecido, por exemplo, dos indiciamentos do filho mais velho do coronel maranhense, o empresário Fernando Sarney. Seja por formação de quadrilha, tráfico de influência e falsificação de documentos, seja por envio de dinheiro ilegal ao exterior.

E o que dizer dos outros filhos do coronel? Será que Lula esqueceu da condenação do deputado federal Zequinha Sarney pela Justiça Eleitoral por propaganda antecipada em 2006? Ele virou ficha-suja e foi proibido de disputar a reeleição este ano, mas misteriosamente o TRE do Maranhão voltou atrás alguns dias depois, liberando o registro da candidatura.

Ah, presidente, o senhor também não lembra do escândalo Lunus? Aquele que detonou a candidatura de Roseana Sarney à Presidência da República, em 2002, e ainda terminou por causar sua derrota na disputa pelo governo do Maranhão quatro anos depois.

Seria bom relembrar a Lula que, atendendo a um pedido de Fernando Sarney, o desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, proibiu o jornal O Estado de S. Paulo de publicar notícias sobre seu indiciamento, restabelecendo no Brasil uma prática de censura que não se via desde o regime militar. Embora medidas dessa natureza pareçam contar hoje com a simpatia de alguns setores petistas.

Mas ao defender José Sarney, presidente Lula, o senhor parece que esqueceu mesmo de uma famosa frase: "Ademar de Barros e Paulo Maluf podiam até ser ladrão, mas eles eram trombadinha perto do grande ladrão que é o governante da Nova República, perto dos assaltos que faz”.

A ausência de plurais dá uma pista sobre quem fez a declaração, não? Se você disse Lula, acertou. O desabafo aconteceu em 1987, num improvisado discurso em Aracajú, quando o então presidenciável petista não escondia o "ódio" pelo clã dos Sarney.

Mas hoje cedo, no Maranhão, a declaração foi bem outra. A um mês de desembarcar na planície, e certo de que já não precisa mais das atenções da imprensa como em 1987, Lula afagou publicamente os Sarney, agradecendo pelo apoio à sua administração. E vociferou contra o repórter que o questionou:

"Sua pergunta preconceituosa é grave para quem está há oito anos comigo em Brasília. Significa que você não evoluiu nada do ponto de vista do preconceito, que é uma doença. Sarney é o presidente do Senado. E colaborou muito para que a institucionalidade fosse cumprida. Você devia se tratar, quem sabe fazer psicanálise, para diminuir um pouco esse preconceito".


Depois dessa, só resta à imprensa brasileira despedir-se e agradecer a atenção dispensada, presidente Lula.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Os leões de Dilma












Deve começar bem agitada a semana da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), que voltou da Coréia do Sul no sábado passado. Ao retomar os trabalhos de transição e as costuras para compor sua futura equipe, ela terá que matar o primeiro leão antes mesmo de assumir o poder. Trata-se da acirrada disputa por cargos entre o PMDB – que não abre mão dos seis ministérios que ocupa hoje no governo Lula – e o PT, que cobiça pelo menos dois deles: Saúde e Comunicações.


E este é só o começo. Depois do crescimento vertical nas urnas, o PSB do governador Eduardo Campos também pleiteia ministérios de peso. Embora oficialmente os socialistas insistam que não condicionam apoio a cargos, nos bastidores já mandaram o recado: não vão mais se contentar com pastas de pouca evidência, como a da Ciência e Tecnologia.


No alvo do PSB estão, no mínimo, dois ministérios importantes: Integração Nacional e Cidades. O primeiro está atualmente na cota dos peemedebistas. O outro, nas mãos do PP, que não só deseja mantê-lo como sonha em ampliar seus espaços.


Além dos leões mais vorazes, Dilma ainda terá que afagar os menos famintos, como o PDT, o PCdoB e o PR, com bancadas parlamentares expressivas. Mas com um padrinho político experiente como o presidente Lula, é provável que ela tenha sido bem preparada para isso. Afinal, ninguém melhor que Lula para advertir que depois de cada eleição os leões podem até demorar, mas sempre aparecem para cobrar a fatura.

* Texto publicado na coluna Cena Política, do JC, em 15/11/2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Em bom português...














Francisco Everardo Oliveira Silva sabe ler e escrever. Bem ou mal, não importa. Importa o fato de que ele não é analfabeto e, portanto, está apto a receber o diploma de deputado federal, mandato que lhe foi conferido, em outubro passado, por cerca de 1,3 milhão de eleitores de São Paulo.


Hoje pela manhã, no Tribunal Regional Eleitoral, Francisco Everardo leu dois títulos e dois subtítulos de um jornal. Depois, escreveu uma frase com 18 palavras, ditada por um juiz e retirada do livro "Justiça Eleitoral, uma retrospectiva". O teste levou pouco mais de três horas para ser realizado. Mas, é daí? Fez o que pediram. Comprovou que sabe ler e escrever, conforme afirmou em sua inscrição no pleito de outubro.

Famoso por seu desempenho artístico, Francisco Everardo recebeu 1.353.820 votos. Na história eleitoral de São Paulo, ficou atrás apenas do já falecido Enéas Carneiro (Prona), que abocanhou quase 1,5 milhão de votos.

O detalhe é que o doutor Enéas era figurinha carimbada na política, com três candidaturas presidenciais nas costas quando disputou a Câmara dos Deputados, e com sua votação - graças à matemática eleitoral perversa adotada pela legislação brasileira - arrastou consigo mais cinco deputados do Prona. Todos com menos de mil votos nas urnas.

Francisco Everardo, por sua vez, não sabia sequer o que vinha a ser filiação partidária quando, em setembro de 2009, foi convidado a ingressar no PR para ser candidato a deputado federal.

A estratégia dos caciques funcionou bem: eleito, Francisco Everardo arrastou consigo outros três novos parlamentares. Entre eles, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz (PCdoB). Que mesmo com a notoriedade nacional do comando da Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas e outros acusados de fraude, só obteve 94.906 votos nas urnas. Sua sorte foi o PCdoB estar coligado ao PR do campeão de votos.


Com todos esses detalhes, ainda não sabe de quem estamos falando? Então, vai a última pista. O slogan de Francisco Everardo virou notícia no País inteiro: "Vote no Tiririca, porque pior que tá, não fica!" Pois é, trata-se do palhaço, malabarista, cantor, compositor, humorista e, agora, deputado federal Tiririca. Que depois de receber os votos de mais de 1,3 milhões de eleitores, enfrentava a ameaça de cassação sob suspeita de ser analfabeto, o que é proibido por lei aos candidatos a cargos públicos.

Na realidade, o problema não está no candidato, mas na lei que rege as eleições. Que de tão frouxa e cheia de brechas, permite a inscrição de postulantes como Tiririca. Não concordo que ele seja a cara do nosso Congresso Nacional, como andam dizendo por aí. De fato, nem todos são palhaços ali. Mas se Tiririca teve a candidatura homologada pelo TRE, fez campanha livremente e foi sufragado nas urnas, tem o mesmo direito de assumir o mandato que os demais 512 colegas deputados.

Principalmente agora, quando a Justiça Eleitoral constata que ele, bem ou mal, sabe ler e escrever. Sem falar que a manutenção do mandato de Tiririca respeita a vontade soberana do eleitor. Não interessa se votou bem ou mal. Votou nele.


Resta esperar, portanto, que o mais novo político brasileiro cumpra a promessa repetida tantas vezes nos programas do guia eleitoral de TV, quando, com ar humilde, dizia: "O que faz um deputado federal? Na realidade, eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto". Então conta, Tiririca.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Enem aí!



















Na época em que prestei vestibular, o exame era unificado. O estudante fazia apenas uma prova para disputar as vagas nas universidades Federal e Católica. Foi um suplício.

Não que não estivesse preparado, mas o clima de terror que se cria em torno do vestibular sugere que virar noites, frequentar aulas dirigidas e estudo em grupo, quebrar a munheca de tanto repetir testes, perder o lazer e as festas com família e amigos não vale de nada na hora da prova.
O "fera" fica nervoso, gelado. Uma sensação de insegurança que, na maioria das vezes, passa nos primeiros minutos. Mas para outros, infelizmente, só piora.

Por isso fiquei feliz em ver o "unificado" ser substituído pelo formato "peneirão", seguido das provas específicas.
Mas mudou o governo, e como sempre acontece neste País, tinham que mexer em alguma coisa. Quando inventaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), foi como se tivessem ressuscitado o danado do "unificado". Só que num grau bem maior de incompetência por parte de quem formula e de quem aplica as provas.

Não fosse assim, o Enem não frequentaria as manchetes negativas dos jornais todo ano. E dá pena ver a expressão de ansiedade dos "feras". Não por se sentirem despreparados, mas por não ter a certeza de que seu esforço vai dar em algo. Simplesmente pagam o pato pelos vacilos dos organizadores. E mais uma vez, o que se viu foram vacilos. Na logística, na impressão das provas e na repetição de erros menores que há muito deveriam ter sido corrigidos.

Aliás, o processo de seleção das universidades há muito já deveria ter sido radicalmente modificado, com o fim dos vestibulares e a aceitação de alunos mediante a avaliação de notas recebidas ao longo da sua vida estudantil. Esse sim, seria um processo estimulante desde o tenro início e, de fato, selecionaria as melhores cabeças para as melhores universidades.

Nos últimos anos, o Brasil deu passos largos em vários aspectos da vida social. Mas nesse caso específico do Enem, lamentavelmente continua andando para trás.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O rei não está morto












Mesmo faltando apenas dois meses para deixar o cargo, o presidente Lula ainda provoca polêmica. No começo da semana, ao comentar a eleição de Dilma Rousseff, ele deixou todo mundo tonto. Primeiro, garantiu que Dilma governará de fato e de direito, sem interferências suas na gestão. "Rei posto, rei morto!", disparou. No dia seguinte, porém, em conversa com jornalistas, já estava sugerindo que a futura presidente deveria manter os atuais comandantes da equipe econômica, Guido Mantega (Fazenda) e Henrique Meirelles (Banco Central).


Se isso não é dar pitaco no governo alheio, o que é? Uma sugestãozinha à toa?


Para completar, no fim da semana o "Cara" extrapolou de novo. Voltou a afirmar que a partir de janeiro todo poder será conferido exclusivamente a Dilma. Para, em seguida, anunciar sua "total disposição" de viajar pelo País em busca de apoio para aprovar uma reforma política o mais ampla possível.

Diante do exposto, duas perguntas surgem de imediato. Primeiro: por que somente em 2011, na condição de ex-presidente, Lula decide lutar por uma reforma política que durante dois mandatos não conseguiu aprovar no Congresso Nacional? Não conseguiu ou não teve interesse. Afinal, é fato sabido que pelo menos 80% dos senadores e deputados não tinham o menor interesse em tocar tal proposta, que mexeria no confortável status quo político-eleitoral de muitos deles.


Mas, e Lula? Qual o interesse dele em aprovar a reforma política depois de ter deixado o cargo? Conhecendo o estilo do ainda presidente, é possível levantar ao menos uma tese: Vários esboços de reforma que dormem nas gavetas do Legislativo incluem a proposta de ampliação dos mandatos dos prefeitos, governadores e presidentes da República, de quatro para cinco anos. Em compensação, prevêem a extinção do dispositivo que permite a reeleição dos governantes. E uma vez enterrado esse instrumento, Dilma Rousseff não poderia mais ser candidata do PT em 2014.


Pensando nessa perspectiva, Lula poderia estar imaginando voltar ao poder nos braços do povo. Será que oito anos no Palácio do Planalto não foram o bastante para ele? Parece que não, embora alguns aliados assegurem que não passa pela sua cabeça a intenção de retomar o poder, nem em 2014 nem em 2018.


Pode ser. Mas após a posse de Dilma haverá tempo para avaliar se Lula está mesmo disposto a levar adiante a ideia de se "aposentar". Por enquanto, foram apenas umas poucas intromissões, sem maiores consequências, nas declarações que deu sobre o governo da sucessora. Resta esperar para avaliar seu comportamento a partir de janeiro, quando estiver, enfim, na planície. Há quem aposte que ele não vai conseguir se acostumar...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Abrindo o bico














Nos Estados Unidos, quando um presidente conclui seu segundo mandato não pode mais concorrer a cargos eletivos. Mais que isso, é praxe naquele país o ex-presidente se ocupar com fundações, diplomacia, caridade ou qualquer outro assunto que não a política eleitoral vigente.


No Brasil, a coisa acontece ao contrário. Oito anos depois de ter deixado o cargo, Fernando Henrique Cardoso continua falante. Durante os dois mandatos de Lula, não foram poucas as ocasiões em que o tucano ocupou a mídia nacional para polemizar com seu principal adversário.


Agora, encerrado o processo eleitoral, ei-lo de volta ao noticiário. Desta vez, porém, embora mantendo o estilo polêmico, FHC partiu para cima do seu próprio partido. Em entrevista à Folha de S. Paulo, na terça-feira, o ex-presidente resolveu revelar toda a insatisfação que sentiu ao longo da campanha com o candidato José Serra e o PSDB.


Um descontentamento, é bom que se diga, que tem algum fundamento. Entre outros pontos, FHC reclamou que seu governo ficou refém dos ataques petistas, sem ninguém que o defendesse. Sobretudo com relação às privatizações, alvo de duras críticas por parte de Dilma Rousseff.


Mas FHC foi duro, também, com o setor de comunicação da campanha tucana, que segundo ele ateve-se ao trinômio comum “saúde, educação, segurança”. Para o ex-presidente, tais assuntos são redundantes para o eleitor. “A verdadeira questão é como você transforma em problema algo que a população não percebeu ainda como problema. Liderar é isso. Abrir um caminho”, disparou.


A revanche de FHC, porém, ficou mais clara quando ele acusou o PSDB de ficar “enrolando” demais para anunciar a candidatura Serra. E estipulou um prazo que considera adequado para definir o nome para a sucessão de Dilma: 2012.


É claro que, ao pensar num prazo tão longo, o ex-presidente - que está longe da ingenuidade - sabe que está enterrando uma eventual candidatura do governador eleito Geraldo Alckmin, que jamais deixaria o mandato em São Paulo faltando mais de dois anos para a eleição.

FHC também sabe que sua sugestão fortalece o mineiro Aécio Neves, que como senador não teria impedimentos maiores para se colocar no páreo presidencial mesmo dois anos antes.


Mas o que FHC deixou transparecer mais claramente na entrevista foi o clima de divisão interna que cerca os tucanos neste pós-eleições. Principalmente quando ele próprio, como presidente de honra do PSDB, e depois de ter ocupado o maior posto a que um partido pode chegar no País, procura - com o tom crítico - se desvencilhar de qualquer culpa pela derrota do seu partido nas urnas.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Intolerância fratricida












Um dia depois de proclamado o resultado oficial do segundo turno, alguns serristas decidiram chamar a atenção para si, após a derrota do seu candidato a presidente. Invadiram o twitter com uma tentativa de campanha ao estilo Ku Klux Klan, depreciando os nordestinos. O motivo da diversão? Culpar os eleitores da região - donos de 28% dos votos do País - pela vitória da petista Dilma Rousseff.


Uma iniciativa como essa, longe de merecer uma discussão mais profunda, deve ser vista como um mero surto de "jus esperneandi". O esperneio de quem não sabe perder e precisa culpar alguém, que não seu próprio candidato, pelo fracasso nas urnas. Atacar os nordestinos foi a via mais fácil encontrada. Afinal, Dilma venceu José Serra nos nove Estados da região, e em alguns deles, ficou com mais de 70% dos votos.

Mas a matemática, ainda bem, é uma ciência exata. E na ponta do lápis, é possível constatar que os nordestinos apenas aumentaram a vantagem que Dilma obteve no resto do País. Nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, ela recebeu 1.873.507 votos a mais do que José Serra. E se o tucano venceu a disputa no Sul, no vizinho Sudeste ele foi derrotado por Dilma com uma vantagem de 1.630.614 votos.

Não é a primeira vez que gente "instruída" do Sul Maravilha prega contra o Nordeste. É fácil, porque sempre foi a região mais carente do Brasil. Que somente no governo Lula passou a receber um pouco mais atenção, embora isso ainda se traduza em ações meramente assistenciais. Mas ao contrário do que pregam, de barriga cheia, alguns setores da suposta intelectualidade nacional, a mesada do Bolsa-Família ainda é melhor que a fome e a miséria.

Independente do que se pense de Lula, Dilma ou mesmo Serra, o importante é não alimentar a tentativa irresponsável de sectarizar ainda mais uma eleição que, de tão baixo nível, criou no Brasil duas facções praticamente inimigas. Uma ferida que vai demandar tempo e muito esforço político para cicatrizar.

Idiotice é jogar combustível nessa fogueira, sem medir as consequências. Já houve no Brasil uma campanha no sentido inverso. Um grupo defendia que o Nordeste fosse declarado independente do restante do País. Não havia internet, mas era outra iniciativa sem pé nem cabeça, tal qual essa a que assistimos agora.

Seria bom, portanto, desmontar os palanques, reconhecer a derrota e aprender a conviver com ela. Afinal de contas, acima de todas as diferenças, quem votou em José Serra, Marina Silva, Plínio de Arruda Sampaio ou qualquer outro candidato - e mesmo aqueles que, insatisfeitos com a falta de melhores opções, anularam o voto - vive e mora no Brasil. E até onde a história mostra, a briga entre irmãos sempre acabou em tragédia.