segunda-feira, 31 de agosto de 2009
















Verdes de raiva!


A filiação da ex-petista Marina Silva ao PV não ficou sem recibo por parte do Planalto. A reação ficou a cargo do seu sucessor no Ministério do Meio Ambiente, Carlos Minc. Depois de um preâmbulo elogioso à senadora acreana, ontem ele foi direto ao ponto: a gestão dela na pasta foi incipiente, e só agora a questão ambiental no Brasil tem sido tratada de forma bem melhor, graças ao empenho da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em garantir os programas propostos por ele, Minc.

Não por coincidência, a entrada de Marina Silva no páreo da sucessão presidencial parece ter sido o único fator, até o momento, a abalar os petistas, que enxergavam em Dilma uma boa chance de se manter no poder por pelo menos mais quatro anos. Não precisa ser especialista para saber de onde uma candidatura de Marina tiraria a maior parte dos seus votos. Certamente não do presidenciável tucano José Serra.

Desde que foi convidada a trocar o PT pelo PV, na onda da sua insatisfação com os rumos que o governo petista vinha dando à questão ambiental – exatamente por conta da interferência de Dilma, agindo quase sempre em favor dos pleitos dos empresários sobre os dos ecologistas – Marina tirou o sono do presidente Lula e da sua candidata.

Ninguém na cúpula do PT admite, mas as vantagens de ser mulher, ministra de Lula e com um passado ligado ao movimento popular eram, até pouco tempo, as principais cartas com as quais o Planalto pretendia bancar o palanque de Dilma. Que acaba de perder tais exclusividades.



* Texto publicado na coluna Cena Política, do JC - 31/08/09

terça-feira, 25 de agosto de 2009














Marina bate Dilma... Na França

Com a ideologia verde em alta na Europa, pelo menos por lá a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já marca pontos importantes sobre os demais concorrentes à Presidência em 2010, sobretudo a ministra Dilma Rousseff.

Ontem, Marina foi parar nas manchetes do maior jornal da França, e um dos mais importantes do Velho Mundo: o Le Monde. Sob o título “No Brasil, uma ex-ministra desafia o grupo de Lula”, o periódico é só elogios à senadora acreana, citada como presidenciável.

A correspondente do Le Monde no Brasil, Annie Gasnier, diz que “nada parece deter Marina. Nem a saúde frágil nem o desafio de uma futura campanha presidencial em uma legenda pequena”. E destaca a coragem da ex-ministra de abandonar um partido que ajudou a fundar, onde militou mais de trinta anos e colaborou para chegar ao poder, para “se lançar de surpresa” à Presidência da República.

Na entrevista ao jornal francês, Marina resume em uma frase as razões para ter deixado o PT. “A falta de vontade em defender o meio ambiente”. Mesmo argumento que a levou a deixar o ministério em maio de 2008.

Em seguida, a reportagem desfia uma lista de críticas ao governo Lula, que vão desde o descaso com as questões ambientais – sagradas para os europeus – até o mensalão e as articulações para salvar o mandato de José Sarney. “Criada na Amazônia, companheira de lutas do sindicalista Chico Mendes, Marina se dedicou com paixão à uma causa que lhe oferece visibilidade internacional”, afirma, com razão, a reportagem. Acrescentando que filiada ao PV, ela se fará ouvir melhor que no PT.

Depois de citar as pesquisas iniciais, que lhe conferem 3% das intenções de votos, o Le Monde sobrevoa o currículo de Marina, de empregada doméstica – antes de se alfabetizar na adolescência – a aspirante ao convento, do qual desistiu para se unir às causas ecológicas. E, por fim, a opção por tornar-se evangélica.

O melhor, porém, ficou reservado para o fim do texto, até como advertência ao Palácio do Planalto sobre o que pensa a mídia européia. “A trajetória exemplar de Marina como militante ligada aos movimentos sociais pode atrapalhar os planos da ministra Dilma Rousseff, que Lula gostaria de fazer como sucessora”, escreve Annie Gasnier.

A repórter lembra as divergências entre Marina e Dilma sobre questões ambientais, e arremata, numa comparação arrasadora: “Gestora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Dilma Rousseff está disposta a sacrificar a natureza em nome do desenvolvimento”.














Lula nem disfarça...

O homem está realmente com pressa. Menos de dez dias depois de enterrar os processos contra o aliado José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética do Senado, o presidente Lula chamou ontem a São Paulo os presidentes nacionais do PT e do PMDB – Ricardo Berzoini e Michel Temer, respectivamente – para dar as primeiras ordens extra-oficiais para a disputa de 2010.


Lula quer que os dois resolvam as pendengas locais de alguns Estados o mais rápido possível, para garantir a solidez da aliança PT-PMDB em torno da presidenciável petista Dilma Rousseff.

Vai sobrar trabalho aos articuladores. Há locais em que os dois partidos não se bicam de maneira alguma, como na Bahia, no Pará e no Rio de Janeiro. E Pernambuco não pode ficar de fora. Mas por aqui, só um milagre colocaria o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) no mesmo palanque que o governador Eduardo Campos (PSB), maior apoiador de Dilma e aliado do PT.

Independente da missão recebida pelos dois dirigentes partidários, fica a pergunta: o que Lula tanto teme? Ele anda tão apressado em resolver o palanque da sua candidata que nem se preocupou em dar bandeira. Será o efeito Marina Silva? Ou o presidente já tem sobre a sua mesa alguma pesquisa recente sobre a opinião dos eleitores acerca da sua ingerência no Legislativo?

Afinal, ele esperou apenas pouco mais de uma semana desde a sua interferência direta no Conselho de Ética para salvar Sarney e, por conseguinte, a aliança com o forte PMDB. Não é do feitio do presidente, que soube ter paciência de Jô para chegar ao Planalto. Esperou a bagatela de quatro eleições.

Com a pressa, Lula confirma o que todo mundo já sabia a respeito do acórdão no Senado. Uma manobra eleitoral que sacrificou inclusive correligionários antigos, como o ainda líder Aloísio Mercadante, para garantir a simpatia do PMDB e o apoio do partido a Dilma. O que mais se diga a respeito, é mera retórica.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

















PT, saudações!

O que quase todo mundo esperava, aconteceu. Por ordem expressa do Palácio do Planalto, os governistas integrantes do Conselho de Ética do Senado votaram pela absolvição do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), nas 11 denúncias encaminhadas contra ele pela oposição.

Mas o que nem todos esperavam era que o presidente Lula passasse um histórico rolo-compressor por cima do próprio partido para salvar um aliado de outra legenda. Afinal, o PT só chegou aonde chegou – o governo federal – graças às overdoses de corporativismo que marcaram sua trajetória ao longo de muitos anos na oposição.

Os petistas ficaram famosos por suas brigas internas, mas jamais permitiram que elas extrapolassem os limites das reuniões plenárias. Dissidências e tendências distintas, sempre houve, mas no momento da disputa eleitoral, davam lugar a uma unidade monolítica, difícil de combater.

Isso foi até chegar ao poder. Em nome da “governabilidade”, Lula montou em torno de sua administração um bloco multipartidário gigantesco e disforme, recheado de interesses distintos e, muitas vezes, indizíveis.

No episódio do Conselho de Ética, prevaleceu o interesse direto do próprio Lula: garantir a aliança com o PMDB para pavimentar a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência no próximo ano. Nem que isso significasse ter que cortar na própria carne.

Foi o que aconteceu. Agora, se tiver um mínimo de orgulho, o líder petista no Senado, Aloísio Mercadante, entrega o cargo, conforme prometeu, caso o Planalto obrigasse seus senadores a votar a favor de Sarney. Palavra dada, é hora de cumpri-la.

Mas a saída do ex-companheiro de chapa de Lula em 1994 da liderança não deve ser o único preço a ser pago pela salvação de Sarney. Um dos senadores mais decentes do partido, Flávio Arns PR), deixou clara a situação interna após o sapo que teve que engolir: pediu desculpas aos seus eleitores em rede nacional de televisão e abriu a porta para deixar o PT, ao afirmar que o partido deu as costas à sociedade e descumpriu seu ideário.

A justificativa, prevista em lei, permite que um parlamentar saia da legenda sem perder o mandato. “Aspectos eleitorais estão se sobrepondo à ética e ao respeito à sociedade”, bradou o senador dissidente, que é sobrinho de Zilda Arns e do cardeal Paulo Evaristo Arns.

A crítica de Arns aconteceu, inclusive, poucas horas após a senadora Marina Silva (AC) anunciar sua saída do PT após 30 anos de militância partidária. E por motivos semelhantes. Ela foi vítima do rolo-compressor palaciano quando, como ministra do Meio Ambiente, se colocou contra a vontade de Lula de afagar grupos empresariais de exploração da Amazônia. Os empresários venceram, e predominou mais uma vez a autofagia petista em nome do poder.

Curioso é que, após tudo isso, a única declaração que se obteve de Sarney foi que, a partir de agora, o Senado voltará ao normal. Não explicou, porém, se a normalidade a que se referia é a institucional ou a que certamente continuará beneficiando pequenos e poderosos grupos aliados do Planalto.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

















Pizzaria Esplanada

O placar foi o mesmo nas 11 representações: 9 votos governistas pelo arquivamento e 6 da oposição pela abertura de processo. E foi assim que, mais uma vez, um escândalo virou pizza no Congresso Nacional, nesta tarde de quarta-feira.

Depois de todas as denúncias, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi considerado inocente e está livre para continuar fazendo o que mais gosta: transformando a Casa em um grande Maranhão (tomando emprestada a frase do senador pernambucano Jarbas Vasconcelos).

Alguém esperava o contrário? Depois que o presidente Lula - ex-inimigo e hoje melhor amigo de Sarney - entrou no circuito para defender o aliado, os senadores petistas que integram o conselho sucumbiram, novamente, a pressão do chefe e votaram pelo arquivamento, desequilibrando o placar em favor do coronel maranhense.

Vergonha nenhuma. Afinal, tudo foi feito de comum acordo. E se Sarney tinha algo a esconder, vai manter escondido. Até porque, se era inocente como afirmou, e todas as denúncias não passavam de uma "campanha nazista" articulada pela imprensa contra ele, por que não permitiu que as investigações continuassem até comprovar sua inocência?

Hoje, o Senado inverteu novamente a máxima: Quem deve, não teme. Claro, se tiver um amigo como o presidente Lula e um aliado como o PT. Quem diria que "o maior ladrão do Brasil" - frase do próprio Lula, na campanha eleitoral de 1989 - hoje seria o homem mais inocente do País?

O mais interessante da sessão do Conselho de Ética foi a nota divulgada à imprensa pelo o presidente do PT, Ricardo Berzoini. Ele afirma que a crise no Senado é alimentada pela oposição, visando enfraquecer o governo Lula na disputa eleitoral de 2010, tentando estabelecer um ambiente de conflito num momento em que grandes temas são tratados, como o Pré-Sal e as estratégias para superar a crise internacional.

Palavras bonitas. Mas faltou dizer o óbvio: que a preocupação de Lula em salvar Sarney é exatamente para não perder o apoio do PMDB à candidata do PT em 2010, Dilma Rousseff.

Em resumo, ganharam Sarney, Lula, o PT e o PMDB governista. Os perdedores são a oposição, a moral, a ética. E o povo.

Mas o povo é apenas um detalhe. Não é mesmo, ex-ministra Zélia Cardoso?


PS - Vai uma colaboração ao eleitor que ainda consegue se indignar. Vejam como votaram os senadores integrantes do Conselho de Ética, para o caso de desejarem tomar uma atitude sensata em 2010:

Pelo arquivamento:
João Pedro (PT-AM)

Delcídio Amaral (PT-MS)
Ideli Salvatti (PT-SC)
Welington Salgado (PMDB-MG)
Almeida Lima (PMDB-SE)
Gilvan Borges (PMDB-AP)
Inácio Arruda (PCdoB-CE)
Romeu Tuma (PTB-SP)
Gim Argello (PTB-DF)


Contra o arquivamento:
Demóstenes Torres (DEM-GO)

Marisa Serrano (PSDB-MS)
Eliseu Resende (DEM-MG)
Rosalba Ciarlini (DEM-RN)
Jefferson Praia (PDT-AP)
Sérgio Guerra (PSDB-PE)














A vida só é filme em Brasília

Ganha um voto de aplausos aprovado por unanimidade no plenário quem citar o último projeto relevante votado pelo Senado Federal nas últimas semanas. Pois é, o trabalho para o qual os senadores foram eleitos continua paralisado. Todos permanecem girando integralmente em torno dos escândalos e crises políticas.

Ao todo, já são 86 episódios, envolvendo Senado e Câmara dos Deputados, contabilizados somente este ano pelo “monitor de escândalos” do jornal Folha de S. Paulo. Daria um bom filme de comédia, não fosse uma película de terror.

Gente eleita pelo povo, para representar o povo, entretida exclusivamente com seus interesses pessoais ou questões políticas e eleitorais do governo. Até o disse-me-disse entre a ministra Dilma e a ex-secretária da Receita, Lina Vieira, se sobrepõe aos interesses da população. Dramalhão mexicano.

Jornais e telejornais têm se tornado mais e mais chatos e cansativos para o eleitor. Não fossem os humoristas – para quem as crises são iguarias sempre deliciosas – ninguém mais agüentaria de tanta lama, sujeira e enganação. Que, aliás, já não engana ninguém.

Os senadores, por exemplo, nem se preocupam mais em disfarçar os arranjos para tentar salvar a imagem do presidente da Casa, José Sarney. Como explicar o surgimento do carequinha Paulo Duque, alçado de uma hora para a outra da categoria de figurante à de protagonista? Ora o governo afaga, ora atropela a oposição. E a oposição sucumbe e aceita os afagos, como mulher de bandido em filme policial.

E na CPI da Petrobras? Nada menos que 68 questionamentos colocados na linha de investigação foram simplesmente retirados pela tropa de choque do governo, por serem considerados “incômodos demais” para serem apurados. E fica tudo assim mesmo. Um final feliz para todos, como nas comédias românticas.

A coisa vai caminhando de uma maneira tal, que o descaramento e a certeza de impunibilidade já não surpreendem ou chocam o brasileiro médio. Aquele cuja prioridade real é trabalhar para sobreviver, sem tempo para milongas e politicagens.

As somas de dinheiro envolvidas nos escândalos, afinal, são tão astronômicas para essa larga fatia da sociedade, que fica até difícil acreditar na veracidade das denúncias. Parece filme de ficção. Ou de mafioso.

É que esse brasileiro médio nunca teve tanto dinheiro ao seu alcance. Isso é coisa para quem tem mandato e, por conseqüência, acesso fácil à corrupção

TV Senado e TV Câmara – embora em rede fechada – estão 24 horas à disposição de quem quiser assistir ao que se passa em Brasília. Mas parece não haver ali uma câmera sequer, tamanha a desenvoltura dos parlamentares no plenário e nas comissões.

As TVs oficiais são serviços que poderiam, e deveriam, interessar ao eleitor, mas terminam zapeados, trocados pela Sessão da Tarde, pelo Vale à pena ver de novo, por Malhação – nome adequado, até – e por aqueles programinhas fúteis de auditório, que carregam na desgraça alheia, entrevistam celebs de telenovelas ou ensinam a perder peso. Sem falar nas redes evangélicas, com pastores em plena atividade.

É, senhores congressistas... Para quem está prestes a brigar por mais um mandato no próximo ano, é até estranho não fazer questão de mostrar serviço decente ao eleitor. O Parlamento brasileiro é um mundo à parte. Gira em torno dele mesmo.

Mas quem sabe o eleitor de repente não acorda e presta um pouco mais de atenção às transmissões das TVs legislativas? Assim, em vez de ir às urnas no ano que vem, pode ser que ele decida ficar em casa assistindo à uma boa novela...



sábado, 15 de agosto de 2009


















Memórias do que não vi


Peço licença para fugir um pouco do assunto básico deste blog e transcrever aqui um texto-homenagem aos 40 anos do evento que marcou para sempre a história da música moderna. Impossível deixar passar em branco.

Faltavam apenas dez dias para eu completar meu primeiro aniversário quando Jimi Hendrix subiu ao palco, na madrugada do dia 18 de agosto de 1969, para encerrar o Festival de Artes e Música de Woodstock, em Bethel (NY). Na época, eu mal percebia as canções de ninar na voz da minha mãe, é bem verdade. Mas ainda assim, aquele acontecimento marcaria a minha vida.

Ali, em meio ao maior público já registrado até então num festival de música começava a ganhar corpo a associação entre o rock e o movimento flower power, bem traduzido como "faça amor, não faça guerra". Em pleno confronto no Vietnã - uma das decisões mais equivocadas de todos os tempos tomada por um país - cerca de 500 mil pessoas ignoravam o desconforto, a insalubridade e mesmo a falta de comida e água potável, para pedir paz e amor.

O grito coletivo foi - e ainda é - solenemente ignorado por generais e governantes. Mas Woodstock deixou um legado: a música. Hoje, tudo o que se faz em termos de rock and roll tem relação com o som que se ouviu durante três dias, naquela fazenda do interior de Nova York.

Foi em Woodstock que se cunhou o jargão "sexo, drogas e rock and roll". Mas de lá também saíram consagrados músicos e bandas que eu só viria a conhecer mais de uma década depois, e que até hoje têm lugar cativo na minha "vitrolinha".

É gente que fez, e faz, música de verdade, como Richie Havens, Carlos Santana, Joan Baez, Mountain, Janis Joplin, Grateful Dead, Creedence Clearwater Revival, Jefferson Airplane, Joe Cocker, Ten Years After, The Band, Johnny Winters, Crosby, Stills, Nash & Young, e os dois maiores de todos: The Who e Jimi Hendrix, fontes onde eu e mais um punhado de doidos ainda buscamos inspiração e energia para levar aos palcos, onde quer que nos permitam.

Não importa o que pensam os ufanistas, xenófobos e outros chatos de plantão, cujo esporte continua sendo baixar o pau no rock. Sei que falo por mim e por muitos ao reverenciar o que aconteceu em Woodstock naqueles lamacentos dias de agosto. E lamentar muito não ter tido a oportunidade de estar lá.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009















Lina X Dilma

Enquete interessante rolando no Blog de Jamildo

Lina Vieira ou Dilma Rousseff: Quem faltou com a verdade? Veja os resultados até agora e imagine que a campanha de 2010 ainda nem começou. Essa crise de credibilidade nos políticos pode complicar a vida da ministra-presidenciável do PT

Lina diz a verdade. Ela desafiou a Petrobras, porque não colocaria Dilma na parede? - 72%

Dilma é sincera, vítima de um complô para manchar sua candidatura? - 25%

Não tenho o menor interesse em saber quem diz a verdade! - 3%


Ainda dá tempo de votar na pesquisa

quarta-feira, 12 de agosto de 2009
















Mentira tem perna curta

No Brasil dos últimos tempos, uma crise política sucede outra, o que já torna a situação difícil, tanto no campo da ética como no da governabilidade. O mais assustador, porém, é que, agora, elas começam a acontecer de forma simultânea.

No momento em que os senadores se digladiam, na tentativa de debelar mais um escândalo, novo problema explode na Praça dos Três Poderes. E este envolve a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

A presidenciável do PT foi acusada pela ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, de ter solicitado "agilidade" nas investigações das contas da família Sarney. Demitida do cargo em julho passado, Lina não afirma, mas seu tom sugere uma intenção da ministra de "abafar" as auditorias que a Receita vinha realizando nas empresas do pivô da crise no Senado.

A versão da ex-secretária é de que foi chamada por Dilma, extra-oficialmente, para um encontro a sós no gabinete da ministra. Revelou a data e até descreveu a indumentária de Dilma na ocasião. A ministra, é claro, negou não só o pedido, mas o tal encontro.

Quem está dizendo a verdade? Uma funcionária de carreira com 33 anos de serviço público e sem pretensões eleitorais ou a ministra mais poderosa do governo Lula e candidatíssima à sucessão do próprio presidente?

Se a mentira partiu de Lina Vieira, trata-se de acusação grave, que permitiria à ministra processá-la por calúnia e difamação e até pedir a abertura de um inquérito administrativo. Porém, se partiu de Dilma - e o encontro e o pedido realmente aconteceram - o crime seria de prevaricação. A ministra estaria se utilizando da autoridade do cargo para beneficiar a família Sarney.

É preciso analisar que motivos levariam Lina Vieira a inventar um encontro como esse. Vingança pela demissão? E Dilma, que razões teria para negar, a não ser pelo fato de ter tentado proteger um aliado de carteirinha do Planalto?

Pesa sobre a ministra um histórico que, no mínimo, suscita a dúvida: primeiro, ela negou ter dito, em um jantar ofererido por empresários paulistas, que estava montando um dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Quem esteve presente garante ter ouvido a ameaça.

Um segundo episódio ficou pior ainda para a imagem da ministra: há algumas semanas, ela foi flagrada numa página do Sistema Lattes, na internet, com um currículo falso, que incluía mestrado e doutorado em Economia. Duas pós-graduações que nunca concluiu.

Comparando-se os dois históricos, Lina Vieira sai na vantagem. E Dilma, se quer mesmo se dar bem nas urnas no próximo ano, melhor não ser flagrada em mais uma mentira. Porque se já está difícil acreditar em promessa de político ficha-limpa em campanha, calcule com uma carga anterior de falsidades, que bem pode ser explorada pelos adversários.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009















O que une Serra e Dilma

Presidenciável do PT, a ministra Dilma Rousseff afirmou ontem, ao se referir aos escândalos no Senado, que pensa como qualquer brasileiro: prefere que não haja crise nas instituições. Prefere.

Pré-candidato do PSDB ao Planalto, o governador de São Paulo, José Serra, também corre léguas para não ter que comentar um tema delicado como é a corrupção na Câmara Alta.

Ora, mas por que duas figuras tão importantes se esquivam tanto de opinar sobre a mais grave crise política que o Parlamento brasileiro já experimentou? Porque é do interesse de ambos que o Senado assuma, agora, o papel de protagonista do cenário político nacional. E permaneça assim até o início de 2010.

Por enquanto, Serra faz o que pode para não ter que assumir sua pré-campanha. Se o fizer, não estará enfrentando Dilma, mas o ainda presidente Lula, expert em driblar desgastes políticos, que mantém uma popularidade estratosférica. Não é bom para os tucanos brigar com ele. Melhor esperar alguém mais “modesto”, como Dilma.

E a ministra, como fica nesse processo? Fica no cargo. Ao menos até meados de março, quando – assim como Serra – tem que se desincompatibilizar para disputar a Presidência da República. Melhor para ela, por hora, é continuar colada em Lula, seu principal cabo eleitoral, e evitar desgastes provocados por posturas ou confrontos desnecessários.

É claro que nem Serra nem Dilma desejam o pior para o Senado. Mas diz a filosofia maquiavélica da disputa pelo poder que, se algo tem que implodir, melhor que não seja o próprio palanque.

Texto publicado na coluna Cena Política, do JC - 10/08/2009

sábado, 8 de agosto de 2009















Quem tem medo de Marina?

Candidata in pectore do presidente Lula à sucessão em 2010, a ministra Dilma Rousseff (PT) não está conseguindo disfarçar os sinais de apreensão diante da possibilidade da senadora acreana Marina Silva trocar o PT pelo PV para disputar a Presidência da República no próximo ano. Hoje pela manhã, Dilma falou pela primeira vez no assunto. Com um sorriso amarelo, afirmou que se dependesse dela, Marina ficaria no PT, e que sua saída seria uma coisa "triste".

Infelizmente, para Dilma e para Lula, a decisão depende exclusivamente da ex-ministra do Meio Ambiente. A possibilidade de Marina Silva entrar na disputa presidencial vem sendo ventilada há pouco mais de uma semana, e ganha corpo a cada dia. Disposta a lançar candidato próprio ao Planalto, a alta cúpula dos verdes já fez o convite oficial, ofereceu mundos e fundos e agora aguarda a resposta.

Nesse meio tempo, Lula se inquietou. Sinalizou várias vezes contra a saída de Marina e mobilizou aliados de primeira linha para evitar a baixa petista. Entre eles, o ex-ministro José Dirceu - que continua no papel de eminência parda do PT. O recado foi claro: Lula não quer outra mulher disputando sua sucessão. Essa seria uma grande ameaça ao discurso do ineditismo da candidatura Dilma.

Outra grande ameaça consiste no próprio currículo de Marina Silva, limpo e irretocável. A ex-ministra nunca esteve envolvida com denúncias de qualquer espécie, e, de quebra, faz parte daquela ala "quase" independente do PT, que não costuma dizer amém a tudo que prega o presidente. Uma postura, inclusive, que lhe custou o ministério, quando se dispôs a combater a exploração da Amazônia por empresários "amigos" do governo Lula.

A imagem de candidata independente pode, sim, produzir estragos no palanque do PT e inibir o discurso de Dilma Rousseff. Ela e Lula sabem disso. E receberam pesquisas que confirmam a eventual candidatura verde como uma ameaça à solidez do palanque governista. Embora ainda não faça sombra ao peso eleitoral do presidenciável tucano José Serra, favorito em todos os levantamentos realizados.

O PSDB, aliás, foi um dos estimuladores da candidatura de Marina pelo PV, como forma de enfraquecer o palanque de Dilma e, ao mesmo tempo, resolver um problema em São Paulo, onde os verdes são aliados dos tucanos, e se arriscariam a um racha caso apoiassem Dilma Rousseff.

Como não podem atacar Marina Silva - que ainda é correligionária - a estratégia de Lula e Dilma, por enquanto, é a de elogiar a trajetória de lutas da senadora e afirmar sua importância nas fileiras do PT. Mas tudo isso deve mudar se a opção da ex-ministra for mesmo pelo PV. Aí, sim, ela vai virar uma perigosa inimiga.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009














A capitania maranhense


Como vivem os cidadãos do Maranhão, de que serviços dispõem e quem é "gente que faz" no Estado, que mais parece uma capitania hereditária

- Para nascer, dê preferência à Maternidade Marly Sarney

- Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou, Roseana Sarney

- Para estudar, há as seguintes opções de excelentes escolas públicas: Sarney Neto , Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney

- Para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney

- Para inteirar-se das notícias, leia o maior jornal em circulação, O Estado do Maranhão, ou ligue a TV Mirante. Se preferir ouvir rádio, na capital sintonize a Mirante AM ou Mirante FM, todas do tal José Sarney. Se estiver no interior, procure no dial uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, todas do mesmo proprietário, o tal José Sarney

- Para saber sobre contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney (recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, uma lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor)

- Para entrar ou sair de São Luís, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus que deverá estar caindo aos pedaços, percorra por algumas horas pelas maravilhosas rodovias maranhenses e desembarque no município José Sarney.

- Não gostou de nada disso? Então quer reclamar? Vá ao Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se como chegar à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney...

Seria cômico, se não fosse tão triste. Mas infelizmente, o texto não é ficção. Os logradouros são todos verdadeiros. Em breve, o País corre o risco de ver batizado com o nome de José Sarney o plenário do Senado.













Ó tempora! Ó mores!


Sport na lanterna do brasileirão!

Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009











O discurso do velho coronel

no Blog da Lucia Hippolito

Voz firme, apesar do tremor das mãos, que não cessou um minuto durante todo o discurso que apresentou em sua defesa, José Sarney pareceu, em vários momentos, sinceramente espantado.
Sem entender por que está sendo, segundo ele, tão duramente perseguido.
Continua fazendo o que sempre fez.

No PSD, onde começou a carreira, lá na década de 1950 do século passado. Na UDN, para onde se bandeou porque não havia espaço no PSD. Na Arena, partido da ditadura, em que foi presidente nacional. No PDS, sucedâneo da Arena, ainda durante a ditadura, partido de que também foi presidente. No PMDB, para onde se bandeou quando a ditadura começava a fazer água.

Coronelismo, nepotismo, clientelismo, fisiologismo, privatização de espaços e recursos públicos. Vaidade, vaidade, vaidade. Nada disso é desconhecido pelo senador Sarney.
Todas essas práticas são antigas a arraigadas em sua biografia. Biografia que o senador tanto preza.

Por que, então, começou-se a cobrar dele, como se fosse ele, Sarney, o único a exercer essas práticas? Ou que se ele as tivesse começado a praticar ontem.

O fato é que, talvez, Sarney, como os dinossauros, não tenha realmente percebido que os tempos mudaram.

Depois de passar mais da metade da vida como o enfant gâté da ditadura, Sarney dedicou-se, nos últimos 20 anos, a polir seu verbete nas enciclopédias da História do Brasil.

Tendo sido chamado de ladrão e incapaz por Lula e Collor durante toda a campanha eleitoral para a primeira eleição democrática desde 1960 (a eleição de 1889 está fazendo 20 anos), Sarney ocupou-se da carreira política dos filhos, da construção de um patrimônio invejável, da publicação de alguns romances de qualidade duvidosa e de construir seu mausoléu.

Naturalmente, num espaço público e tombado pelo Patrimônio Histórico, o centenário Convento das Mercês.

Ah, e aderiu a todos os governos desde Itamar Franco.

E agora, quando esperava coroar sua história de vida com a terceira presidência do Congresso Nacional, eis que sua biografia lhe cai sobre a cabeça como um paralelepípedo, estragando todo o esforço realizado nas últimas dácadas para mantê-la escondida da sociedade brasileira.

Sarney volta a ser um coronel de província. Obsoleto, anacrônico, desfuncional.

Estamos assistindo a um duelo de morte. Entre o velho coronelismo e os novos tempos de internets, blogs, twitters e julgamentos em tempo real.

Assim como os dinossauros, o coronelismo está nos estertores. Sejam os velhos ou os novos coronéis, estes donos de meios de comunicação, senhores da opinião em seus estados, proprietários de currais eleitorais.

O coronelismo está agonizando.
















Comédias da vida pública

"Os fatos são como os sacos: quando vazios não se têm de pé."
Luigi Pirandello

Aconteceu exatamente o que se esperava. O ainda presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não renunciou hoje à tarde, como ainda apostavam uns poucos desavisados. Ao contrário: negou a possibilidade, sob a justificativa de que não cometeu ato ilícito, e que não cederá à campanha sistemática deflagrada pela grande mídia para desmoralizá-lo. Coitado dele...

Até aí, nada de novo. Tudo isso já fora dito. Mas o discurso do octogenário coronel maranhense na tribuna pegou de calças curtas alguns senadores. Ao se defender das acusações, ele dividiu responsabilidades por nomeações, distribuição de verbas públicas e outras decisões tomadas via atos secretos.

Ao lembrar aos seus pares ter sido eleito presidente da Casa por eles próprios, sentenciou que todos ali são iguais, ninguém é maior que o outro e, por isso, não podem exigir a sua renúncia. Lembrou, de quebra, seus 55 anos de vida pública, como forma de cobrar respeito à sua figura "incomum" - para usar uma expressão do presidente Lula, um grande sarneyzista.

Recado dado, Sarney lançou mão de um telão com sistema datashow, e, da tribuna, mais parecia um professor ensinando a curiosos 80 alunos a arte de se livrar de acusações. Sejam elas de corrupção, nepotismo, uso da máquina pública em benefício próprio, corporativismo e tantas outras artimanhas tão comuns ao cotidiano do Parlamento brasileiro.

Para bom observador, os sinais foram bem claros. A raposa política não pretende se deixar caçar - ou cassar - facilmente. E quem se atrever a tentar se arrisca a ser arrastado para o fundo do poço.

Sarney - que havia prometido só falar após a reunião do Conselho de Ética do Senado que decidiria sobre as representações apresentadas contra ele por quebra de decoro parlamentar - espertamente não cumpriu a promessa.

No momento em que a sessão do conselho seria aberta, num auditório próximo, o coronel maranhense pediu a palavra lá no Plenário. Resultado: esvaziou a sessão do conselho, que terminou suspensa. Seu aliado, o presidente do Conselho de Ética Paulo Duque (PMDB-RJ), só conseguiu reabri-la no início da noite, após o discurso de Sarney. E já com a Casa em outro clima.

Duque, aliás, não é a única arma colocada por Sarney no conselho para evitar sua cassação. Hoje pela manhã, ele também emplacou Gim Argello (PTB-DF) na vice-presidência do órgão. Ambos são suplentes e estão no exercício do mandato. Como não chegaram ao Senado pelo voto popular, mas sim como substitutos - graças à distorção legal que criou a figura do suplente - Duque e Argello não têm compromisso com os eleitores. Farão, no Conselho de Ética, o que lhes for solicitado pelos sarneyzistas. E todo mundo sabe disso.

A perspectiva que ficou mais evidente com os acontecimentos da "sessão da tarde" de hoje é a da absolvição completa de Sarney já nos próximos dias, enterrando de vez mais um escândalo no Senado e abrindo espaço para o próximo. Que certamente não tardará...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009














O sanfoneiro cochilou

Alguém sabe quantos pernambucanos largaram suas famílias por aqui e migraram para São Paulo em busca de ganhar a vida? Bom, ao menos a oposição sabe. E o governador paulista José Serra, com certeza, sabe.

A visita do presidenciável tucano a Exu, no final de semana que passou, não foi à toa. Ao reservar um precioso espaço na sua agenda sempre lotada, Serra mostrou o quanto tem em mente a importância do voto dos nordestinos na eleição do ano que vem.

Classificado pelos adversários, em 2002, como preconceituoso com relação ao Nordeste, o ex-ministro da Saúde deixou claro que vai brigar por esse contingente eleitoral em 2010. Dia 17 passado, entregou, em São Paulo, a Ordem do Ipiranga à irmã do compositor Luiz Gonzaga, Chiquinha Gonzaga. E não se fez de rogado ao aceitar o convite para participar, em Pernambuco, da festa que lembrou o 20º aniversário de falecimento do rei do baião, no Parque Aza Branca.

Ao lado dos aliados no Estado, um José Serra animado - e esbanjando simpatia, o que, de resto, não é bem seu forte - caminhou no meio do povo, cantou baião, comeu bode e discursou, como candidato que é. Fez promessas para o futuro e não esqueceu de fazer muitos afagos aos migrantes pernambucanos e seus familiares. Afinal, todos eles têm título eleitoral.

E os adversários locais do presidenciável tucano, aonde estavam? Com certeza, não na celebração. Ignoraram a justa homenagem a um dos mais populares artistas do Nordeste. E mais: esqueceram de abrir o cofre para o suporte financeiro necessário à festa.

Um apoio, de última hora, veio na forma de um aporte de R$ 30 mil, via Fundarpe. Com a justificativa de que em dezembro haverá nova comemoração, pelo aniversário de nascimento de Gonzagão. E, aí sim, o governo do Estado afirma que entrará com mais força. É uma questão de escolha, claro. E de planejamento. Assuntos de cunho administrativo, passíveis de críticas ou não.
Mas e o foco político? Há quem afirme que o suporte financeiro da Fundarpe só teria acontecido após José Serra confirmar presença na festa. Ainda assim, foi difícil encontrar por lá representantes do PSB, do PT, do PDT, do PTB. Só para citar os partidos "majoritários" de um palanque governista composto por 20 legendas, que estarão juntas e lutando para reconduzir o governador Eduardo Campos (PSB) ao poder em 2010. Além de tentar eleger dois senadores, bancadas de deputados e o candidato(a) de Lula ao Planalto.

Na certa, alguma pesquisa deve ter indicado que a presença do bloco governista na festa era desnecessária para fazer frente a José Serra, e que as coisas devem se resolver apenas no ano que vem. Ou talvez tenha faltado uma análise mais apurada dos articuladores políticos governistas sobre o que estava por acontecer em Exu.

Vale lembrar que somente hoje à tarde, após a passagem bem-sucedida de Serra por Exu, foi que o governador assinou a homologação do tombamento da Casa de Januário e do Parque Aza Branca, já aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura. A título de sugestão: não poderia ter feito isso in loco, durante a festa?

O fato é que a tucanada dominou o cenário em Exu, com direito a equipes de vídeo para o guia eleitoral e tudo mais. E saiu bem satisfeita. Senão com votos garantidos, ao menos com a missão de divulgar seus candidatos absolutamente cumprida.