sábado, 7 de março de 2009













Gritaria tucana

Devagar e aos poucos, o PSDB vai entrando no confronto direto com o presidente Lula e sua candidata, a presidenciável petista Dilma Rousseff. O embate - que já era de se esperar - tem envolvido nomes graúdos do tucanato. O maior deles, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, bate forte todas as vezes que surge uma oportunidade.

Como quem não quer nada, aproveita as solenidades e atos públicos para alfinetar os adversários, mirando, obviamente, na disputa de 2010. Ontem, o ex-presidente voltou à carga de forma direta: acusou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - carro-chefe do governo Lula - de ser um mero instrumento eleitoreiro. E atacou: "O PAC não funciona não por falta de recursos, mas por incompetência de quem o gerencia". E quem o gerencia? Dilma Rousseff.

Defensor da candidatura do seu ex-ministro da Saúde, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ao Planalto, FHC afirmou que a cada dia o governo Lula anuncia medidas de impacto com o PAC, que não se concretizam.

Ele fez as declarações um dia após Lula ter dito que o PAC não terminaria com o seu mandato, em 2010, e se comprometeu a anunciar um novo PAC para mais quatro anos. Ou seja: otimista, Lula quer deflagrar um programa para para Dilma.

As críticas de FHC não vem ao acaso. Fazem parte de uma estratégia que o PSDB começou a construir, na tentativa de minar a popularidade de Lula e a pré-candidatura da ministra da Casa Civil. Um tucano de alto escalão confirma a iniciativa, argumentando que o partido estaria preocupado com a perda de terreno, já que, enquanto José Serra e o governador de Minas, Aécio Neves, também pré-candidato do PSDB a presidente, não chegam a um consenso para ganhar a mídia rumo ao Planalto, Lula já botou o bloco na rua e corre o País divulgando sua candidata. "Estamos, mesmo, perdendo tempo com a indefinição", admite.

Outra prova dessa estratégia tucana são as críticas diretas do líder do PSDB na Câmara dos Deputados, José Aníbal (SP) à presidenciável petista, a quem acusa de "cavar oportunidades para aparecer". Sintomático, Aníbal diz que a ministra não perde uma oportunidade de mostrar a cara, "mas sempre precisa de alguém para apresentá-la à população".

A investida tucana faz parte do jogo eleitoral, sem dúvida. E é justa, se considerarmos que o outro lado já está em campo. Mas não vai surtir o efeito devido se não vier acompanhada de um nome, um rosto visível ao eleitor para concorrer com Dilma. Seja ele Serra ou Aécio. Um impasse longe do fim, ao que parece.




Nenhum comentário: