quarta-feira, 25 de março de 2009












Eduardo na vice de Aécio

Com essa novidade a oposição não contava. No momento em que comemoram o bom índice obtido pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) na pesquisa Datafolha sobre a disputa estadual de 2010 – tecnicamente empatado com o governador Eduardo Campos (PSB) em um dos cenários, com 40% a 34% – outra pesquisa, também do Datafolha, divulgada hoje (leia a íntegra), serve como sinal de alerta aos adversários de Eduardo. No ranking de aprovação dos governadores brasileiros, o pernambucano foi considerado o segundo melhor do Brasil.

De acordo com o levantamento publicado hoje pelo jornal Folha de S.Paulo, a gestão de Eduardo recebeu nota 7,0 da população do Estado, numa escala de zero a dez.. Ficou atrás, apenas, do aprovadíssimo governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB), um dos nomes colocados no PSDB para a sucessão presidencial, que obteve nota 7,6, mantendo a liderança que já lhe pertencia.

Já o tucano preferido pelos oposicionistas pernambucanos para disputar a sucessão de Lula, José Serra, obteve apenas a quinta colocação na pesquisa, com nota 6,6 conferida pela população de São Paulo. Embora não lidere a pesquisa de aprovação administrativa, Serra permanece isolado à frente da disputa pelo Palácio do Planalto.


O levantamento do Datafolha serve, no mínimo, como advertência para que as oposições em Pernambuco festejem com mais discrição o sonho de retomar o poder no Estado. Afinal de contas, em 2007 – quando o Datafolha realizou a mesma pesquisa – Eduardo Campos ficou na quarta colocação, com nota 6,4. De lá para cá, sua taxa de aprovação cresceu de 40% para 56%., conferindo-lhe a vice-liderança no ranking dos governantes estaduais.

É evidente que a ajuda do governo Lula à gestão socialista tem sido um elemento decisivo para alavancar a popularidade do governador pernambucano, que, com verbas federais, tem garantido a continuidade de obras de relevo no Estado. Com isso, ele vai melhorando sua aceitação e tornando uma missão cada vez mais difícil
a de fazer oposição. Mas é a tarefa dos adversários, e eles garantem que ela será cumprida. Falta apenas definir método e discurso.

Entre os tucanos, por exemplo, é muito mais difícil bater em Eduardo que no Democratas, oponente bem mais duro do socialista. Semana passada – antes de tomar conhecimento da pesquisa Datafolha – o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, foi instado, em debate na Rádio JC/CBN, a opinar sobre a gestão de Eduardo, de quem foi correligionário durante muitos anos, no PSB de Miguel Arraes. Para não contrariar os hoje aliados do ex-PFL, o senador sapecou uma nota 2.

Ainda assim, Guerra levou puxões de orelha dentro do seu bloco. Sobretudo porque não conseguiu – quando indagado – apontar os maiores problemas do governo. E é claro que o governo os tem. Não se trata, aqui, de fazer apologia à administração do PSB. Mas seria melhor a oposição se armar com mais informações e, principalmente, com mais cautela, antes de puxar o gatilho.



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