segunda-feira, 10 de agosto de 2009















O que une Serra e Dilma

Presidenciável do PT, a ministra Dilma Rousseff afirmou ontem, ao se referir aos escândalos no Senado, que pensa como qualquer brasileiro: prefere que não haja crise nas instituições. Prefere.

Pré-candidato do PSDB ao Planalto, o governador de São Paulo, José Serra, também corre léguas para não ter que comentar um tema delicado como é a corrupção na Câmara Alta.

Ora, mas por que duas figuras tão importantes se esquivam tanto de opinar sobre a mais grave crise política que o Parlamento brasileiro já experimentou? Porque é do interesse de ambos que o Senado assuma, agora, o papel de protagonista do cenário político nacional. E permaneça assim até o início de 2010.

Por enquanto, Serra faz o que pode para não ter que assumir sua pré-campanha. Se o fizer, não estará enfrentando Dilma, mas o ainda presidente Lula, expert em driblar desgastes políticos, que mantém uma popularidade estratosférica. Não é bom para os tucanos brigar com ele. Melhor esperar alguém mais “modesto”, como Dilma.

E a ministra, como fica nesse processo? Fica no cargo. Ao menos até meados de março, quando – assim como Serra – tem que se desincompatibilizar para disputar a Presidência da República. Melhor para ela, por hora, é continuar colada em Lula, seu principal cabo eleitoral, e evitar desgastes provocados por posturas ou confrontos desnecessários.

É claro que nem Serra nem Dilma desejam o pior para o Senado. Mas diz a filosofia maquiavélica da disputa pelo poder que, se algo tem que implodir, melhor que não seja o próprio palanque.

Texto publicado na coluna Cena Política, do JC - 10/08/2009

Um comentário:

Blog Dri Viaro disse...

Oi, estou conhecendo seu blog, e quero lhe desejar uma boa semana.
bjsss

aguardo sua visita :)