terça-feira, 25 de agosto de 2009















Lula nem disfarça...

O homem está realmente com pressa. Menos de dez dias depois de enterrar os processos contra o aliado José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética do Senado, o presidente Lula chamou ontem a São Paulo os presidentes nacionais do PT e do PMDB – Ricardo Berzoini e Michel Temer, respectivamente – para dar as primeiras ordens extra-oficiais para a disputa de 2010.


Lula quer que os dois resolvam as pendengas locais de alguns Estados o mais rápido possível, para garantir a solidez da aliança PT-PMDB em torno da presidenciável petista Dilma Rousseff.

Vai sobrar trabalho aos articuladores. Há locais em que os dois partidos não se bicam de maneira alguma, como na Bahia, no Pará e no Rio de Janeiro. E Pernambuco não pode ficar de fora. Mas por aqui, só um milagre colocaria o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) no mesmo palanque que o governador Eduardo Campos (PSB), maior apoiador de Dilma e aliado do PT.

Independente da missão recebida pelos dois dirigentes partidários, fica a pergunta: o que Lula tanto teme? Ele anda tão apressado em resolver o palanque da sua candidata que nem se preocupou em dar bandeira. Será o efeito Marina Silva? Ou o presidente já tem sobre a sua mesa alguma pesquisa recente sobre a opinião dos eleitores acerca da sua ingerência no Legislativo?

Afinal, ele esperou apenas pouco mais de uma semana desde a sua interferência direta no Conselho de Ética para salvar Sarney e, por conseguinte, a aliança com o forte PMDB. Não é do feitio do presidente, que soube ter paciência de Jô para chegar ao Planalto. Esperou a bagatela de quatro eleições.

Com a pressa, Lula confirma o que todo mundo já sabia a respeito do acórdão no Senado. Uma manobra eleitoral que sacrificou inclusive correligionários antigos, como o ainda líder Aloísio Mercadante, para garantir a simpatia do PMDB e o apoio do partido a Dilma. O que mais se diga a respeito, é mera retórica.

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