sexta-feira, 11 de setembro de 2009














O animal político

Engana-se quem pensa que esta quinta visita do presidente Lula a Pernambuco em 2009, que acontece nesta sexta-feira, tem um caráter menos político que as anteriores. Lula só para de fazer política quando dorme. Se é que não sonha todas as noites com a eleição da ministra Dilma Rousseff para o seu lugar, em 2010.

Os eventos previstos na agenda do presidente são todos efetivamente econômicos. Tem cais em Suape, indústria naval, indústria alimentícia e centro de tecnologia de medicamentos. Até a inauguração da escola profissionalizante de Ipojuca tem lá sua derivação, já que visa a colocação de jovens no mercado de trabalho.


Dessa vez, Dilma não integra a comitiva presidencial no Estado. Ficou em Brasília, de repouso, recuperando-se do duro tratamento contra o linfoma. Mas isso não impede Lula de fazer política. Aliás, proselitismo político.

Prova disso é que duas das cinco obras "inauguradas" por ele hoje já estavam em pleno funcionamento desde janeiro. O moinho da Bunge Alimentos, em Suape, e a Escola Profissionalizante de Ipojuca. As festas, nesses dois lugares, não passaram de pirotecnia eleitoral.


Quanto ao Cais 5 de Suape, embora tenha sido inaugurado - de verdade - hoje cedo pelo presidente, teve quase toda a sua construção bancada por dinheiro azul e branco, dos cofres estaduais, ao contrário dos outros píeres, que receberam gordas fatias de verbas federais.


Nada disso inibe a fome política de Lula. E da mesma forma como fez ao longo de sete anos de governo com o Bolsa-Família e, depois, com o PAC, em cada discurso que fez em Pernambuco Lula deu um jeito de inserir o novo mote da campanha petista de 2010: o pré-sal.

Fosse em Suape, numa indústria de alimentos ou numa escola técnica, o pré-sal estava na fala presidencial como a nova tábua de salvação do Brasil. E sempre temperado com elogios aos aliados políticos, cuja colaboração nesses sete anos de gestão petista foram - segundo o chefe - imprescindíveis para o País "dar certo".


Bom, se um comportamento como esse não é pura política, imagine quando a campanha presidencial estiver deflagrada oficialmente?





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