segunda-feira, 6 de abril de 2009















Um falso problema

Gente muito próxima ao governador Eduardo Campos (PSB) garante: estão tentando criar um problema para ele que não existe, chamado Ciro Gomes. Na avaliação de um grupo de socialistas, a tática correta é deixar correr a pré-candidatura presidencial do deputado federal cearense ao longo de 2009 e avaliar o cenário apenas em 2010. A partir daí, as costuras indicariam o destino de Ciro, que poderá ser mantido na disputa, afastado definitivamente ou, até mesmo, compor uma chapa com o PT, hipótese menos provável.

A estratégia de Eduardo lembra o estilo do seu avô, Miguel Arraes, que costumava trabalhar com todas as alternativas possíveis, e mesmo algumas improváveis. Se o quadro geral da disputa, em 2010, indicar a viabilidade de duas candidaturas do lado governista para dar combate à oposição, o PSB pode manter Ciro Gomes – que no momento vem aparecendo nas pesquisas melhor colocado que a presidenciável do PT, Dilma Rousseff. Mas se o cenário revelar a necessidade de unir todos em um só palanque, o próprio Eduardo se encarregará de conversar com o correligionário.

O que não quer dizer que o governador, como presidente nacional do PSB, não tenha pela frente uma missão bem árdua: controlar a verborragia de Ciro. Conhecido pelo temperamento forte, o deputado pode até se manter pré-candidato. O que não pode é, com suas declarações explosivas, azedar a delicada relação entre o PSB e o PT. E é desse problema que Eduardo Campos deve se ocupar nos próximos meses.

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