terça-feira, 14 de abril de 2009















O alerta de Mendonção

O deputado José Mendonça (DEM) é um político realmente surpreendente. De perfil conservador e temperamento considerado difícil até pelos amigos, ele, no entanto, é responsável pela maior “revolução” na política estadual nos últimos vinte anos, quando propôs a aliança entre PFL e PMDB, arqui-inimigos desde o período do regime militar.

Por essa idéia, Mendonção – como é chamado – foi criticado, na época, dentro do seu próprio partido. Até que seus aliados enxergassem mais longe, mirando o horizonte político que ele havia antecipado.

Depois de eleger Mendonça Filho (DEM) vice-governador na chapa do peemedebista Jarbas Vasconcelos, o parlamentar de Belo Jardim passou a atuar com mais discrição. Dizia aos jornalistas que o procuravam que estava “lambendo a cria” e que o novo líder do seu grupo político era Mendoncinha.

Foi mais além no ano passado. Anunciou sua aposentadoria das atividades parlamentares a partir de 2010, deixando o seu legado de votos na Câmara para o filho ex-governador e o genro, Augusto Coutinho, atual deputado estadual. Ambos vão disputar mandatos federais no próximo ano.

Agora, porém, diante da situação difícil que vive a oposição no Estado – com o governo Eduardo Campos (PSB) bem aprovado nas pesquisas, apoiado pelo governo Lula e dominando a ampla maioria dos prefeitos – coube a José Mendonça tomar, novamente, as rédeas da situação.

Ele arrancou, praticamente do nada, a idéia da candidatura do empresário Marcos Magalhães, ex-presidente da Phillips na América Latina e do conselho pró-educação. Um nome “acima de qualquer suspeitas”, de trajetória empresarial louvável e com visível atuação na área social.

Mas é preciso enxergar essa tese de Mendonção com os mesmos olhos daquela que ele sugeriu no longínquo dezembro de 1993, ao criar a aliança PMDB/PFL. A candidatura de Magalhães é apenas um símbolo. O que o deputado quer dizer, ao lançar a proposta, é que é preciso renovar nomes, idéias, conceitos políticos.

Da forma como está hoje, presa aos mesmos moldes e protagonistas de sempre, a oposição fica sujeita a levar uma goleada de um governo que está se mexendo, e muito. Independente do fato de o senador Jarbas Vasconcelos ser o nome que poderia “salvar a pátria” – caso aceitasse ser novamente candidato a governador – Mendonção quis alertar para a necessidade de se fortalecer a frente adversária de Eduardo Campos.

Aglutinar novamente a antiga União por Pernambuco (PMDB/DEM/PSDB/PPS), mas buscando uma renovação de teses, discursos e pessoas. Para não soar, em 2010, como filme repetido.



3 comentários:

Edmar Lyra disse...

Por Edmar Lyra

Venho de algum tempo defendendo a possibilidade da candidatura de João Carlos Paes Mendonça ao Governo de Pernambuco em 2010 pela União por Pernambuco. Baseado no que o Deputado José Mendonça(DEM) defende, acredito que a União por Pernambuco precisa não só renovar as ideias, mas também as pessoas.

O posicionamento do Deputado José Mendonça coloca a União por Pernambuco para avaliar alternativas ao nome do Senador Jarbas Vasconcelos. Que, sem dúvidas, é o melhor nome da oposição para a disputa ao Governo de Pernambuco.

Porém, deve-se observar não somente a posição do candidato nas pesquisas, mas principalmente o potencial de crescimento dele durante o transcorrer da eleição. Além disso, a rejeição que a população tem ao nome dele.

Começar uma eleição com um candidato com baixa intenção de voto nem sempre é ruim. Muitas vezes é muito bom, porque aquele que está liderando as pesquisas geralmente fica no teto. E a tendência durante a campanha é que ele perca boa parcela de votos, sobretudo, quando está se disputando uma reeleição, como é o caso do Governador Eduardo Campos.

Um nome como o do empresário Paes Mendonça coloca em xeque a disputa pelo que fez mais ou o que fez menos. Entra num patamar de propostas para o desenvolvimento de Pernambuco. Qualifica o debate.

João Carlos Paes Mendonça além de não apresentar uma rejeição por conta de não ter exercido cargos públicos, tem a simpatia dos pernambucanos pelo fato de ser um empresário de sucesso, suas empresas movimentam o desenvolvimento de Pernambuco. Paes Mendonça, além de tudo, tem obras sociais tanto em Pernambuco, quanto em Sergipe.

Marcos Magalhães também é um excelente nome para a disputa do Governo de Pernambuco. Por toda sua experiência como gestor, suas parcerias com ente público obterem sucesso, sobretudo na viabilidade da melhoria da educação. Tem um excelente perfil, talvez para um posto de Vice-Governador ou até mesmo Secretário de Educação. Caso o candidato seja Jarbas Vasconcelos, ou o próprio Paes Mendonça.

Anônimo disse...

Emídio Cavalcanti(emidio75@hotmail.com).
Para perder de lavagem para Eduardo Campos esta chapa é excelente.Melhor ainda se for JCPM,que emprega pouca gente e montou uma espécie de poder paralelo com seu poderio,sobretudo seu arsenal de comunicação.Um detalhe besta:ontem ,na edição do JC,não havia a repercussão da morte de Carlos Wilson por Eduardo Campos.Ele não conseguiu eleger Mendoncinha- a propaganda do grupo tinha a mesma estética do guia do candidato-,o povo escolheu outro.Sou a favor da alternancia de podr mas Eduardo tem muito mais tempo de mandato.

Antonio Lyra Filho disse...

A atual oposição em Pernambuco é coisa do passado.

A população só muda se existir proposta melhor do que as dos atuais governantes.

O problema que as propostas não aparecem.