segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A frieza dos números












Aliados de José Serra (PSDB) já admitem que ele pode jogar a toalha com relação aos Estados do Nordeste. O presidenciável estaria pronto a enveredar por um caminho pragmático, de cultivar e preservar os votos que tem em regiões do País onde ainda for possível vencer a adversária Dilma Rousseff (PT).


Se essa tese – que, admitamos, tem sentido – for confirmada, não devemos ver muito o candidato tucano por essas bandas. O que não é bom para as oposições, que apostam na campanha “casada”. De qualquer forma, desde o início da corrida sucessória Serra esteve pelo menos quatro vezes em Pernambuco. Nem por isso ajudou a alçar os números de Jarbas Vasconcelos (PMDB) nas pesquisas.


Já a presidenciável petista detém uma posição confortável nos levantamentos realizados no Norte e, principalmente, no Nordeste, onde tem seus melhores índices. Mas ao contrário de Serra, ela continua agendando compromissos eleitorais nas duas regiões.


O que pode explicar a tranquilidade de Dilma com relação ao Sudeste – onde a situação lhe é mais desfavorável – e ao Sul é a entrada definitiva do presidente Lula na campanha. Maior cabo eleitoral de Dilma, Lula pretende se debruçar exatamente sobre essas áreas delicadas. E já começou. Passou todo o final de semana em atividades de campanha em São Paulo, da capital ao ABC, berço do PT.


Se as próximas pesquisas mostrarem que a estratégia petista está correta, o caldo pode entornar para os tucanos. E aí, é mudar tudo ou entregar os pontos.

* Texto publicado na coluna Cena Política, do JC, em 23/08/2010

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