segunda-feira, 21 de março de 2011

Partindo para a ofensiva












Quem assistiu à TV em horário nobre no fim de semana passado testemunhou o início da ofensiva montada pelo prefeito do Recife, João da Costa (PT), na tentativa de pavimentar a própria reeleição, em 2012. A propaganda institucional da Prefeitura, veiculada nos meios de comunicação, passou por uma reformulação, ficou mais dinâmica e agressiva. Mas o ponto alto dessa "repaginada" foi a mudança do slogan. Agora, o prefeito avisa: "Primeiro a gente faz, depois a gente mostra".


Além do cidadão-eleitor recifense, a mensagem de João da Costa tem dois destinatários certos: A oposição, com suas denúncias sobre obras inacabadas e acusações de paralisia da gestão, e os aliados - ou ex-aliados, no caso do ex-prefeito João Paulo (PT) - que nos bastidores já vinham discutindo "alternativas" para a disputa de 2012 no Recife, diante das várias dificuldades políticas e administrativas enfrentadas pelo prefeito na capital.

No caso de João Paulo, aliás, a alfinetada é direta. Não foram poucas as vezes em que o ex-prefeito fez festa para inaugurar obras da sua gestão que ainda não estavam totalmente concluídas, quer fosse uma simples rua ou um gigantesco parque em Boa Viagem.

Na época, como aliado, secretário e candidato preferido à sucessão, João da Costa não deu um pio contra o comportamento do padrinho político. Só falou depois do rompimento.


Vale lembrar que a nova estratégia - que pretende dar mais visibilidade ao mandato do prefeito - foi deflagrada logo após suas aparições públicas ao lado do marqueteiro Antônio Lavareda, durante o Carnaval. E antes que alguém fale em coincidências, é bom advertir: em política, elas não existem. Simples assim. Tudo é sempre pensado, calculado, negociado.

É claro que Lavareda pode não ter nada a ver com a ofensiva da PCR. Mas também pode ter tudo a ver com ela. O "mago" das pesquisas - como ele gosta de ser tratado - não foi contratado pelo prefeito, ao menos formalmente.

Lavareda pode, no máximo, ter dado um conselho ou outro. E se assim foi, funcionou. Afinal, há pelo menos seis meses a Prefeitura do Recife não aparecia com tanta força nos meios de comunicação. Mesmo dispondo de um razoável orçamento, de R$ 16 milhões, para gastos com publicidade institucional no ano passado, a imagem da gestão passou longe do eleitor e a do prefeito continuou em queda livre nas avaliações dos institutos de pesquisa.


Com a nova estratégia de marketing - que pretende massificar a divulgação das obras e colocar o prefeito nas ruas, em contato direto com as comunidades - o núcleo duro da PCR espera ver o ponteiro da popularidade se mover. Para cima, claro.

Até porque, se os indicadores não melhorarem até outubro - ou seja, um ano antes das eleições - a situação pode ficar bem mais complicada e ameaçar de verdade os planos de reeleição de João da Costa. Que dessa vez depende exclusivamente dos seus próprios esforços para garantir um novo mandato.

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