segunda-feira, 15 de março de 2010

O pacificador












Quem danado enfiou na cabeça do presidente Lula que ele tem condições de empunhar a bandeira de grande conciliador do mundo moderno? Mesmo no núcleo duro da Côrte petista, são poucas as pessoas com um perfil tão arrogante e tresloucado a ponto de sugerir posturas dessa natureza ao pé do ouvido do homem.


Há quem diga que Lula exagera na política de boa convivência com governantes "incômodos", como Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia). Mas estes, ao menos, são vizinhos. E há interesses comuns da América Latina que precisam ser defendidos em bloco. Só não precisa tratá-los como se fossem antigos companheiros de militância sindical.


Ao que parece, em termos de política internacional, Lula está decidido a se colocar na história como o maior pacificador do século. Embora dentro do Brasil a guerra social ainda esteja a léguas de um bom termo.

Em novembro passado, por exemplo, ele estufou o peito, mandou às favas os protestos nas ruas e recebeu o presidente recém-eleito do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Que entre outras "pérolas", defende o fim do Estado de Israel, nega o Holocausto e insiste em enriquecer urânio.

Um detalhe: duas semanas antes, haviam passado pelo Brasil os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.


Há cerca de um mês, o presidente brasileiro deu um pulinho em Cuba para visitar o colega Raúl Castro e o ex-presidente Fidel. Não teve muita sorte. Chegou em meio às notícias sobre a morte de Orlando Zapata Tamayo, após 85 dias em greve de fome.

Orlando era um dos 75 "presos de consciência", nome dado aos opositores do regime cubano.
E como Lula reagiu? Nenhum protesto, nenhuma crítica à ausência de direitos humanos. “Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade?”, foi seu comentário, seguido de um intrigante silêncio por parte de algumas entidades civis que, antes de o PT chegar ao poder, eram bastante dadas às passeatas, protestos e gritarias.

Surpresas maiores estavam por vir. Segunda-feira, ao iniciar uma visita a Israel, Lula recusou um convite para colocar flores no túmulo de Theodor Herzl, o fundador do sionismo. Simplesmente disse que não haveria tempo livre na sua agenda.

Que nesta terça prevê uma visita ao túmulo do ex-líder palestino Yasser Arafat, em Ramallah. Exatamente os maiores adversários dos israelenses.
Será que não tinha um único integrante da comitiva consciente o suficiente para soprar no ouvido de Lula que a homenagem a Herzl seria de bom tom?

Os resultados da gafe diplomática foram imediatos. O ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, simplesmente boicotou o discurso de Lula no Knesset, o Parlamento israelense. E de quebra, não participou do encontro entre o presidente brasileiro e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.


Para quem se pretende um grande estadista, Lula até agora só sugeriu uma única "receita" para promover a paz: um jogo de futebol - em "território neutro" - entre as seleções israelense e palestina.

Não é tão simples assim, presidente! São décadas de lutas por território, envolvendo crenças religiosas consolidadas há séculos. Não se resolve batendo bola. Embora fosse muito bom que as rivalidades no Oriente Médio fossem tão "importantes" para o mundo quanto uma simples briga de torcidas entre a Gaviões da Fiel e a Mancha Verde...

Um comentário:

Anônimo disse...

É impressionante a postura de "nosso guia", quando se trata de "Política Internacional", quanto as posições tomadas.

O energúmeno viaja a Cuba, para "bater continência" a fidel e raul castro, se abstendo de firmar posição quanto a situação dos presos políticos da ilha. Comete o absurdo de compará-los aos bandidos comuns do Brasil, colocando "no mesmo saco", brasileiros que se insurgiram contra a ditadura militar no Brasil, muitos pagando com a própria vida, inclusive muitos de seus "cumpanhêros", a exemplo do obscuro josé dirceu.

Porém, quando se trata de "pousar de conciliador mundial" e querer firmar para a comunidade internacional, a posição de "líder da paz", faz o que está fazendo agora no Oriente Médio, achando-se o "senhor da razão" e "fiador da paz".

Quando cairá a máscara desse apedeuta? Quem a arrancará?