sexta-feira, 19 de março de 2010
Acabou o inferno astral?
Há duas semanas, durante um encontro tucano no Recife, comandado pelo presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra, a repórter Sheila Borges, do Jornal do Commercio, ouviu de um aliado de José Serra que o governador é muito supersticioso. Por isso, era capaz de apostar que ele só confirma a candidatura presidencial depois que fizesse aniversário.
Filho de imigrantes italianos e criado no bairro da Mooca, o paulistano José Serra crê em olho gordo, acha que gato preto dá azar e jamais passa por baixo de escada aberta. Além disso, ele acredita que nada deve ser decidido nos trinta dias que antecedem a data de aniversário. É o que os astrólogos chamam de período de transformação. Mais conhecido como "inferno astral".
Pois bem. Hoje pela manhã, Serra foi despertado pelos familiares ao som de "Parabéns pra você". Tomou café, fez a barba, vestiu-se e foi dar uma entrevista na TV Bandeirantes, marcada com antecedência. Uma vez no ar, pela primeira vez deixou de lado as manjadas respostas evasivas e disparou: "Não estou negando (a candidatura). Estou dizendo que neste momento não vou fazer campanha. Faltam poucos dias".
Se para os mais céticos essa declaração ainda não convence, que tal observar a postura de candidato do governador, quando indagado sobre a escolha do vice? "Essa coisa é para mais adiante. Só vai ser resolvido no fim de maio". Mudou ou não mudou o tom?
Parece que o "inferno astral", enfim, acabou. Não só o de Serra, mas dos tucanos de um modo geral. Afinal, o clima de indefinição estava engessando as articulações do PSDB com os aliados nos Estados, e a cada rodada de pesquisa a coisa ficava mais infernal para o lado da oposição.
No próximo dia 3, o governador paulista deve renunciar ao cargo para ser oficializado candidato. O que acontecerá no dia 10, em Brasília, numa festa há muito preparada pelo partido. E em Pernambuco, é provável que as oposições façam outra festa, no mesmo dia. Mas para comemorar a decisão do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Jarbas condicionou o anúncio da sua decisão de enfrentar ou não o governador Eduardo Campos (PSB) nas urnas à oficialização de José Serra como presidenciável. E graças à hesitação do governador paulista, teve bastante tempo para pensar. Agora, depende do senador acabar ou não com o "inferno astral" das oposições no Estado.
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Um comentário:
Quanta superstição por parte do Serra, eu jamais imaginaria isso dele.
Beijos
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