segunda-feira, 14 de dezembro de 2009















Tudo a ver com 2010*

Não é novidade que o ex-prefeito João Paulo se afastou do atual prefeito, João da Costa, contrariado com algumas decisões tomadas por ele na PCR. Embora ciente de que o ex-padrinho político foi o principal responsável pela sua eleição, o prefeito já tinha advertido que não seria apenas um continuador da gestão de João Paulo. Pretendia impor sua marca própria.

O troco do ex-prefeito – e potencial candidato petista ao Senado – veio rápido. Ele descartou João da Costa do seu núcleo decisório, agora formado apenas pelos ex-secretários Lygia Falcão e Múcio Magalhães, e o isolou dentro da corrente que lidera no PT.

A iniciativa, porém, pode render a João Paulo um duro revés. Antenado com os acontecimentos, o secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, não esperou a briga esfriar para ir buscar uma aproximação com o prefeito. Iniciou um “namoro” visto no próprio PT como inusitado. Afinal, João da Costa era o maior pupilo de João Paulo. E, como se sabe, o ex-prefeito e o secretário comandam grupos rivais, que há anos disputam a hegemonia do partido.

Nas últimas semanas, Humberto fez vários acenos em direção ao prefeito, elogiando sua gestão, classificando-o como uma liderança emergente no PT e aparecendo publicamente ao seu lado.

Agindo assim, além de atrair para o seu grupo um bom potencial de votos metropolitano, Humberto – que também não descarta uma candidatura de senador – enfraquece a corrente de João Paulo. Que tem no Recife sua principal base de sustentação.

* Texto publicado na coluna Cena Política, do JC, em 14/12/09


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