Unidade acima de tudo
Que os partidos de oposição em Pernambuco estão em situação incômoda para 2010, é inegável. Lutam contra máquinas fortes, pilotadas pela dobradinha PT/PSB e alimentadas com o combustível da alta popularidade dos governantes.
Mas as dificuldades apenas começam por aí. Não bastasse o campo governista estar forte e coeso, na oposição a situação é de fragilidade. Tucanos e democratas se desentendem, o PMDB se mantém em compasso de espera pela decisão do seu cacique maior, Jarbas Vasconcelos, e o PPS não tem força política para levantar sozinho uma bandeira de combate às gestões de Eduardo Campos e de Lula no Estado.
Há, porém, um novo elemento que só tende a provocar mais ansiedade nos líderes oposicionistas locais. Ao contrário de um desfecho amistoso como apregoava antes, o PSDB nacional anda às voltas com um acirramento interno entre os defensores das candidaturas dos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) à Presidência da República.
Com a tese da chapa puro-sangue ganhando corpo, os tucanos mineiros ameaçam se rebelar. Não querem nem ouvir falar de Aécio na vice de Serra, embora a ideia tenha sido bem aceita, segundo pesquisa encomendada pelos serristas.
O que isso tem a ver com Pernambuco? Bem, sem munição local para enfrentar a candidatura de Eduardo à reeleição, a oposição pretende nacionalizar a campanha, vincular os palanques estadual e nacional anti-Lula. E para isso, é necessário, no mínimo, unidade interna. Algo que fica mais distante a cada dia que passa.
* Publicado na coluna Cena Política, do JC, em 26/10/09
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