domingo, 18 de outubro de 2009















Dormindo no ponto


Com uma legislação frouxa como a do Brasil, em vez de o PSDB ir à Justiça Eleitoral contra a viagem de Lula e comitiva ao Sertão do São Francisco, na semana passada, deveria mesmo era ir às ruas com seus pré-candidatos. Porque enquanto os tucanos tentam ganhar espaço no tapetão, os petistas se adiantam e mostram a cara ao eleitor.

Está certo que o PSDB não dispõe do cobertor da máquina administrativa para justificar qualquer aparição pública, como fez na candidatura à reeleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, e na pré-campanha de José Serra, então ministro da Saúde de FHC, em 2002. Mas há outros modos. E Serra até que vem conseguindo aparecer bem, com uma viagem aqui e outra ali pelo País.

Ou vão me dizer que um governador de São Paulo tem o que fazer em Petrolina, ou em Exu? Foi clara a intenção eleitoral dessas visitas de Serra – só para ficar nas duas últimas que aconteceram recentemente em Pernambuco – de divulgar a sua candidatura e tentar quebrar o estigma de anti-nordestino que paira sobre o governador paulista.

É pouco, diante do poderio da máquina do PT, aliada ao PSB e ao PMDB em vários Estados. Mas é onde o PSDB deveria apostar. Porque se forem esperar pela opinião da Justiça Eleitoral, além de correr o risco de ver seus adversários inocentados, os tucanos ainda perdem tempo e terreno importante.

Sobretudo no Nordeste, onde, não bastasse o arsenal de obras – algumas muito aguardadas pelo povo, e que os governos do PSDB não tiveram o cuidado de tocar – Lula e seu candidato, ou candidata, ainda comandam um grande cabo eleitoral, o Bolsa-Família. Instrumento ironicamente herdado do governo tucano. Que não soube explorá-lo politicamente.

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